Porque é que temos necessidade de agradar?

Quem é que não gosta de agradar? Todos nós sentimos uma necessidade natural pertencer a um grupo, e obviamente queremos fazer felizes as pessoas de quem gostamos.

Gostar de agradar aos outros não é um problema, o problema é quando isto se torna numa necessidade de aprovação e reconhecimento constante por parte dos outros. Especialmente se a nossa felicidade e bem-estar dependerem dessa aprovação.

Venha perceber melhor de onde nasce esta necessidade de agradar e como é que pode ser mais feliz sem as opiniões dos outros.

De onde vem a necessidade de agradar?

Em primeiro lugar é importante entendermos que o ato de querer agradar os outros é algo natural. No entanto, a partir do momento em que esta começa a ser uma obrigação constante deixa de ser saudável.

Isto porque quando nos sentimos na obrigação de satisfazer as expectativas dos outros constantemente, estamos a deixar de lado quem verdadeiramente somos e a condicionar a nossa felicidade, em prol de sermos aceites.

Acabamos por perder a capacidade de dizer não, de estabelecermos os nossos limites ou até de comunicarmos as nossas necessidades.

Gostar de agradar aos outros torna-se um problema quando:

  • Espera sempre algo em troca;
  • Se não há aprovação por parte dos outros, há frustração;
  • Acredita que é necessário agradar para ser aceite;
  • Deixa de lado as suas vontades e desejos próprios;;
  • Os gostos são baseados nos de outra pessoa;
  • Não consegue dizer não;
  • Se tiver que dizer não, tenta-se sempre justificar (inclusive mentindo);
  • Sente a necessidade de ser visto como alguém bom;
  • Sem perceber, os outros abusam de si e da sua boa vontade;
  • Culpa-se por tudo de errado que acontece;
  • Considera o amor e a entrega sacrifícios normais,
  • Apresenta sinais de baixa autoestima, ansiedade, stress e outros problemas emocionais.

Mas como é que podemos deixar de ser dependentes da opinião dos outros?

Tudo começa por entender o que está na origem desse comportamento, Mas, esta pode ser uma tarefa complicada se quisermos fazer sozinhos. Por isso, a ajuda de um psicoterapeuta é muito recomendada.
Ainda assim é importante refletirmos sobre os nossos comportamentos e tentarmos identificar alguns gatilhos.

1º – Avalie os custos desse comportamento

Se está a ler este artigo, provavelmente já percebeu que a sua necessidade de agradar aos outros lhe trás alguns custos ou desvantagens. Comece por refletir quais destas sensações despertam em si a necessidade de se sentir aprovado pelos outros:

  • Sente-se anulada(o) em suas opiniões?
  • Sobrecarregada(o) com atividades e desejos de outras pessoas?
  • Sente-se passiva(o) nas suas atitudes?
  • Está insatisfeita(o) em não conseguir expressar ou fazer o que gostaria de fazer por medo
  • Sente-se com a autoestima baixa ou frágil?

2º – Conheça-se a si próprio

Pessoas que estão habituadas a gerir a sua vida em torno das expectativas dos outros acabam por se perder de quem realmente são.

Anote num papel as coisas que mais gosta de fazer – Quais são os seus sonhos, as suas qualidades e as suas opiniões sobre as diferentes situações? Fazer este exercício várias vezes vai permitir com que comece cada vez mais a conhecer a pessoa que é, saber distinguir o que faz para os outros e o que é verdadeiramente parte da sua personalidade.

3º – Entenda que a desaprovação não é o mesmo que rejeição.

Por muito difícil que possa ser acreditar nisto agora, a verdade é que não é por fazermos algo que os outros não aprovam, que eles vão deixar de gostar de si.

É lógico que não podemos agradar a toda a gente em todos os momentos. Certamente já lhe aconteceu alguém próximo de si ter uma atitude que desaprovou. Mas isso não significa que tenha de afastar essa pessoa da sua vida.

O mesmo se vai passar consigo. Por muito que as pessoas à sua volta não aprovem as suas decisões não é por isso que vão rejeitar.