Todos nós já ouvimos falar de alguém que se “deixou levar pelo ego”, ou fomos acusados de ter “o ego inflamado”. Mas, o que será que é isto do Ego, e de que forma é que ele influencia o nosso comportamento?
O termo Ego é geralmente associado ao psicanalista Sigmund Freud (1856-1939), pela publicação do seu artigo “O Ego e o Id”. Nele, apresentou a sua teoria de que o nosso aparelho mental era composto por três estruturas psíquicas – o Ego, o Id e o Superego.
O que é o Ego?
Para a psicologia, o termo Ego refere-se ao centro de cada pessoa, ou seja, o seu Eu.
Este é a parte consciente da mente humana, responsável por interpretar a realidade, as emoções, as memórias, e criar a nossa percepção sobre elas.
Então, de acordo com a psicologia, o ego faz parte da natureza humana, e alimenta os nossos pensamentos, e emoções, com base nos nossos impulsos sensoriais. Em suma, o
Ego é a nossa personalidade.
É o Ego que julga as pessoas ao nosso redor, com base nos seus interesses e experiências pessoais. É a nossa voz interior que nos indica o que é mau, ou bom. É ele que determina a nossa impulsividade, capacidade de controlo, consciência ou inconsciência.
Quando começa a ser desenvolvido o Ego?
O nosso Ego começa por desenvolver-se através dos nossos instintos primitivos, que nos permitem começar a interagir com as dinâmicas que encontramos nesta vida. É o que observamos nas crianças – que são excessivamente espontâneas, despreocupadas com o que os outros poderão pensar, e desconhecedoras das regras impostas pelo meio em que se inserem.
Mais tarde, através da educação que lhes é transmitida pelos seus pais, educadores, e outras pessoas com que vão interagindo, vão conhecendo uma série de formas de transmissão dos códigos culturais, que formarão o seu superego.
E progressivamente vai assimilando estas orientações que aprendeu, de quais as normas de comportamento civilizado a que deve obedecer.
Começa a evitar sujar-se, a respeitar normas sociais, como os lugares numa fila, e a interagir com as restantes pessoas de uma determinada forma. Estas normas vão sendo cumpridas, não porque os seus instintos primitivos o orientam para estes comportamentos, mas para receber a gratificação de ser admirado e reconhecido pelos outros.
O nosso Ego, Id e Superego estão em constante evolução, e vão-se alterando ao longo da vida. Para Freud, estes três elementos da nossa identidade debatem incessantemente entre si, pela vida fora, manifestando as suas posições, e resultando nas atitudes e comportamentos que temos no nosso dia a dia.
O conjunto de todos os nossos comportamentos desenham a nossa personalidade — e, por consequência, determinam a forma como somos interpretados pelas pessoas com as quais convivemos.
Além disso, o Ego acaba por ser a imagem que temos de nós mesmos. Como o nosso Ego se manifesta como a nossa consciência, ele determina as nossas ações e instintos, face ao que experienciamos no mundo real. Assim, de forma mais ampla, é possível dizer que é através do ego que conseguimos manter um equilíbrio entre aquilo que queremos, que são os nossos desejos.
É através dele que definimos os nossos valores sociais que marcam de forma expressiva a nossa existência.
Como identificar o Ego?
Por todas as razões que vimos em cima, o Ego é o responsável por todas as reações espontâneas e involuntárias que temos. Assim, sempre que damos por nós a comparar-nos, ou a pensar que somos melhores que o outro, ou que alguém está a ter um comportamento desagradável, estamos a ser influenciados pelo nosso Ego.
As pessoas com quem sentimos afinidade, e portanto, de quem gostamos, são as que se
encontram em harmonia com a nossa própria perspetiva de vida.
Aqui ficam algumas dicas para que possa controlar o seu Ego:
1. Evite levar tudo para o lado pessoal.
Numa discussão, ou debate, quando estiver a ser contrariado, e a sentir-se irritado com a situação, perceba que está só a deixar-se dominar pelo lado negativo do seu Ego. Assim, trabalhe a sua empatia, e esteja aberto a conhecer a perspetiva do outro, não como um ataque a si, mas apenas como uma outra opinião.
2. Lembre-se que a vida não é uma competição.
As pessoas com um Ego frágil, precisam de se comparar constantemente com os outros, e de sentir que são superiores a eles, para estarem satisfeitos com a pessoa que são. Recorde-se que a vida não deve ser uma competição, e que cada um de nós deve apenas viver a sua vida da melhor forma possível, puxando pelos seus limites, mas nunca com o objetivo de “vencer” o outro.
3. Exercite o seu Ego.
Quando paramos de crescer e evoluir tornamo-nos velhos. E ninguém quer ser o velho mal humorado de serviço, antes do tempo. Nunca pare de refletir e questionar as suas ações e razões. Pense no porquê de ter reagido de determinada forma numa discussão, ou no porquê de ser difícil para si aceitar determinado ponto de vista.
Só assim conseguirá continuar a evoluir e a crescer como pessoa.
4. Procure um profissional para entender o seu Ego.
Marque hoje a sua primeira consulta na MenteSoma, e deixe de ser controlado pelo seu Ego.